Amar em part time
Hoje vinha a conduzir o meu carro pela auto-estrada até Coimbra, e ouvi na rádio uma expressão não sei bem vinda de onde, que me chamou a atenção. "Amor em part time". Fiquei a pensar... No programa de rádio não se falava de amor, nem de outra coisa qualquer, como o disse não sei bem de onde a expressão apareceu, mas não será estranho que comece assim a ser chamado o tipo de amor predominante na nossa sociedade. Poucos são os que amam a tempo inteiro. Ainda haverá alguem que assim ame? Não sei... Nem sei eu própria como amo, aliás nem sei se há alguma forma de amar, se só se ama e pronto. Mas certezas tenho poucas. Talvez existam diversas formas de amar. Mas definitivamente esta do part time assusta-me... Amo-te porque estás aqui mais perto, mas não te posso amar a toda a hora, pois antes tenho de me amar. Amo-te mas só quando tenho tempo. Amo-te mas amo mais o meu trabalho. Amo-te mas não és o mais importante. Amo-te mas é porque tenho medo de ficar sozinha e pode não aparecer ninguem melhor. Amo-te mas... Já quase não existe o Amo-te (ponto). Amo-te aos bocadinhos, amo-te ás vezes, amo-te, amo-te, amo-te. Amo-te já quer dizer tanta coisa, e por isso muitas vezes já não quer dizer nada. Odeio a sua futilidade actual, e odeio ainda mais os que enchem a boca para o dizer com o coração simplesmente vazio, ou apenas cheio a part-time, um coração onde muita coisa mora, sem morar coisa nenhuma...
1 Comments:
Concordo plenamente! Não é que eu saiba se amo mesmo, mas ao menos sei que não se faz aquilo que me fazem! Ou se diz com sentimento ou não vale a pena só para parecer bem!!!!
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