Confissões à queima roupa

sábado, outubro 18, 2008

Poema do Silêncio

Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei, ~
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós.
E assim, Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.

José Régio

sexta-feira, outubro 17, 2008

Latada de Coimbra 2008




Chega mais uma Latada. Coimbra mais uma vez enche-se de tradição e dá as boas-vindas aos seus novos caloiros. E eu, eu já estou no 4ºano... Encara-se a Latada de outro modo, mas nunca deixando de lhe dar a sua importância. Já temos a memória repleta de coisas boas que esta cidado nos deu, e todos sentimos uma certa cumplicidade como se fossemos família. É tão bom estudar aqui e ter o privilégio de conhecer tantas pessoas que eu sei que ficarão para toda a minha vida. Assim vamos todos cumprir a nossa tradição e "parvar" à farta por esta cidade que como diz a canção, "é nossa". Aqui fica o cartaz das nossas comemorações académicas.


5ªfeira, 23 Out:

- Sarau Académico


6ªfeira, 24 Out:

- Soulbizness

- Sugababes

- Tuna Medicina


Sábado, 25 Out:

- Amazing Flying Pony

- Sérgio Godinho

- Da Weasel

- Estudantina


Domingo, 26 Out:

- Silicone Soul,

- Chus & Ceballos

- In Vito Veritas


2ªfeira, 27 Out:

- Tales for the Unspoken

- Classificados

- Xutos e Pontapés

- Fan-farra


3ªfeira, 28 Out:

- Tiago Silva

- Meidin

- Emanuel

- Orxestra Pitagórica


4ªfeira, 29 Out:

- Antichton

- You Should go Ahead

- Rui Veloso

- Grupo Cordas

- Mondeguinas

Peter Pan


O menino que não queria crescer é uma treta. Maior treta ainda é eu ser a Sininho.

Essa felicidade descontinua compensa?

Não sei… Se tivesses só por um pedaço, não querias? Provavelmente querias, mas sabias que não devias ter. Porque na verdade não tens realmente, porque não há nada que te pertença. Quando não podes sequer dizer o que te está a passar na cabeça naquele momento é porque algo não está certo, algo está de facto muito errado. E o que está errado? Tu. Tu estás tão errado, a culpa é tua, tua e de mais ninguém. O que raio andas tu a fazer? Explica. Queres mortificar-te aos bocados? É isso que parece que tentas fazer… Parece que é só por isso que continuas a respirar. Sublimes olhares dizes ter. Falso, são olhos de vidro. Não vês? Não, não vês, não vez porque não queres ver. Preferes imaginar.