Confissões à queima roupa

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Before and after us - Fingertips

Fingertips




Life is made of our mistakes
Broken hearts and slaps in the face
Just like you
So I go along my way
And come along to say
That I've lived enough for today
You don't know my dreams

You don't need to hurt me
I've already hurt myself

You don't need to hurt me
I've already hurt myself

I don't belong in your eyes, Your Eyes
I thought I knew you but I should have
looked deep in to your eyes, Your eyes
Today is something new 'cause
this is me before and after us

Yes,I'm calling you weak
Eleven months were so much more
than a week of lies and fun
So I'm here to burn those days
You won't ever touch my face
Cause now I see how I forgot
every smile you stole away

You don't need to hurt me
I've already hurt myself.....

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Fuga da realidade

Volto ao alentejo. Tudo me acalma, me faz sentir finalmente em casa... que saudades! Agora tudo aqui me deixa feliz, o pequeno café, uma simples conversa, um simples olhar, a palavra que me faltava ouvir. Isto faz com que me esqueça um pouco do que ficou para trás, de coimbra e do que lá deixei, do porto e do que lá senti, até mesmo de évora e do que lá vivi. O acto de abandono é muito dificil, mas por vezes necessário, e desta vez foi. Sempre que chega a esta altura do ano vejo que a minha vida não tem sentido absolutamente nenhum, que ando a fazer tudo errado, então tento mudar para o ano seguinte, o que é certo é que nunca levei nenhuma decisão até ao fim, e não sei se este ano que está a chegar será diferente. A verdade é que agora me sinto num refúgio, mas em Janeiro vou ter de voltar á realidade, para coimbra, para as aulas, para as noites, para os meus amigos, só não quero voltar para as recordações,não quero mesmo voltar atrás, não posso!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Quase perfeito - Donna Maria


Sabe bem ter-te por perto
Sabe bem tudo tão certo
Sabe bem quando te espero
Sabe bem beber quem quero

Quase que não chegava
A tempo de me deliciar
Quase que não chegava
A horas de te abraçar
Quase que não recebia
A prenda prometida
Quase que não devia
Existir tal companhia

Não me lembras o céu
Nem nada que se pareça
Não me lembras a lua
Nem nada que se escureça
Se um dia me sinto nua
Tomara que a terra estremeça
Que a minha boca na tua
Eu confesso não sai da cabeça

Se um beijo é quase perfeito
Perdidos num rio sem leito
Que dirá se o tempo nos der
O tempo a que temos direito
Se um dia um anjo fizer
A seta bater-te no peito
Se um dia o diabo quiser
Faremos o crime perfeito

domingo, dezembro 10, 2006

Quando o vício supera a racionalidade

Consciente... Plenamente consciente... Perfeitamente sei que não está certo, que não há futuro, que não tem lógica. Afinal que é isto? Apenas sei que é uma situação que não deveria sustentar, mas que neste momento é o único alimento da minha alma. Não é para sempre, nunca o poderá ser. Mas até quando? Poderá o vício superar a racionalidade? A vida é feita de momentos, sim. Mas isto não me levará a lado algum. Se consigo compreender isso, porque é que é tão dificil deixar? Intensidade, suor, química, olhar, sorriso, mãos, corpo, noite, fantasia, paixão... Só queria por vezes não pensar, não projectar, só assim não teria problemas de consciência... Talvez seja por isso que aqueles momentos são tão perfeitos... são momentos não pensantes...

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Elogio ao amor

"Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
(...) Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."


Elogio ao amor (Miguel Esteves Cardoso - Expresso)

-porque diz tudo-