Confissões à queima roupa

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Corropios de felicidade exagerada

Repousava só, em leves pensamentos de branda ternura.
Retirada dessa sua calmaria, não à força, não porque não estivesse ansiosa por isso, mas também ao mesmo tempo não por vontade própria, foi-lhe roubada a sua quietude e a sua simples felicidade por viver simplesmente.
Tudo ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo coisa nenhuma. Corropios de felicidade exagerada que passam e não ficam e a sua calma nunca mais voltava.
Desejaria ela o seu regresso?
Ardentemente, apaixonadamente, inconscientemente... não!
Era assim que ela gostava de viver, completamente entornada em lágrimas e sorrisos que se confundiam em episódios de euforia e de completa depressão.
Um dia os sorrisos não voltaram, e ela passou a viver apenas com a triste companhia das lágrimas que cada a vez a faziam sentir mais pequenina. Cada vez mais pequena, mais pequenina, sentiu que das lágrimas tinha de se livrar.
Sentou-se na areia e chorou, chorou, chorou... Chorou até doer, chorou até sarar...
Doía porque sabia que a sua maneira de viver tinha de mudar, porque os corropios de felicidade exagerada e o bem que eles sabiam não justificavam o resto do tempo que passava a sós com as suas lágrimas, doía porque um pedaço dela morria e porque a vida nunca mais seria a mesma. Mas também sarava, porque respirava e já não estava a sufocar, porque era uma nova etapa, porque ela agora já queria ardentemente, apaixonadamente, conscientemente a sua calma de volta. Não a calmaria da monotonia, mas antes uma pacifica maneira de viver que ela acreditava agora poder fazer renascer o que de melhor existia nela.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Natal dia 25 de Dezembro. Porquê?


Natal é, para muitos, a celebração do grande amor de Deus, o dia em que Deus nasceu no mundo, trazendo paz, luz, amor, esperança, uma nova aliança, uma nova vida. O Filho de Deus, Jesus de Nazaré, nasceu em Belém, como uma criança humilde e marginalizada e encontrou todos e todas neste mundo, oferecendo-lhes a presença e a reconciliação de Deus.
Em torno deste acontecimento há muitas decisões e tradições herdadas do passado.
Nos relatos bíblicos não encontramos nenhuma referência sobre a data do nascimento de Jesus. Naquela época os calendários eram muito confusos. Os antigos calendários romanos tinham, às vezes, semanas de quinze dias e meses de dez dias, de acordo com a vontade do Imperador que reinava na altura. O povo em geral não conhecia as datas de nascimento, casamento ou falecimento. Não existem registos históricos a respeito de "Festas de Aniversário" na Antiguidade.
Sobre o nascimento de Jesus sabemos muito pouco. Ele nasceu antes da morte de Herodes Magno, que faleceu na primavera de 750 da era romana, quer dizer: no ano 4 antes de Cristo. Conforme estudos o ano mais provável do nascimento de Jesus é 7 ou 6 antes da era cristã. As primeiras comunidades cristãs não comemoravam o nascimento de Jesus. Somente a partir do ano 350 o Natal começou a ser comemorado no dia 25 de Dezembro.
Em torno da escolha desta data há uma longa história. Os Celtas, por exemplo, tratavam o Solstício do Inverno, em 25 de Dezembro, como um momento extremamente importante nas suas vidas. O inverno ia chegar, longas noites de frio, por vezes com poucos géneros alimentícios e rações para si e para os animais, e não sabiam se ficariam vivos até a próxima estação. Faziam, então, um grande banquete de despedida no dia 25 de Dezembro. Seguiam-se 12 dias de festas, terminando no dia 6 de Janeiro. Em Roma, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os Romanos chamavam-no de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno. Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de Dezembro, como "Dies Natalis Invicti Solis" (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do inverno na Terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do Deus Sol. A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável.
Uma curiosidade sobre um dia muito importante para alguns, mas cada vez com menos importância para outros.